Cinema
(The Danish Girl, drama, Reino Unido, EUA, Dinamarca, Bélgica e Alemanha, 2015)
De Tom Hooper. Com Eddie Redmayne, Alicia Vikander, Amber Heard e outros.
Eddie Redmayne mal teve tempo de curtir seu primeiro Oscar, que ganhou pelo papel do físico Stephen Hawking em 2015, e já mergulhou num projeto igualmente desafiador. Em “A Garota Dinamarquesa” o ator vive o primeiro transgênero a realizar a cirurgia de redesignação de sexo, na Europa dos anos 20.
Apesar de ter tudo para ser mais um filme convencional sobre superação e luta contra preconceitos, o longa segue por um caminho bastante original: seu foco não é a sociedade, mas sim a vida íntima de Einar/Lili (Redmayne) e sua esposa Gerda (Alicia Vikander).
O que se vê são duas histórias paralelas de emancipação: de um lado, Lili desabrocha de dentro para fora de Einar, afastando-o do trabalho de pintor que o definia perante os outros homens; do outro, Gerda se encontra como artista e se liberta, mesmo que contra sua vontade, da dependência emocional do marido.
O equilíbrio entre os dois, mantido com muito esforço, é o que move este filme.
Gerda se mantém forte a ponto de não perder o próprio rumo durante a transformação do marido e sensível o suficiente para compreendê-lo, levantando ao público questões importantes sobre o sentido do casamento e os limites entre amor, amizade e desejo.
“A Garota Dinamarquesa” foi indicado a quatro Oscars – Melhor Ator, Melhor Atriz Coadjuvante, Design de Produção e Figurino. Com atuações belíssimas e uma cenografia que parece saída de um dos quadros de Einar, o filme envolve e surpreende, chegando muito perto de ser uma obra perfeita.
Imagens: Reprodução / Divulgação.